quinta-feira, 11 de julho de 2013

Querida Assunção

Nós não elegemos para ter medo, para ser coagidos, e provavelmente também não elegemos para não ser respeitados. E queria dizer aos senhores deputados, que provavelmente teremos que considerar as regras de acesso ao parlamento. Não podemos deixar, como dizia a Simone de Beauvoir, que os nossos carrascos nos criem mal costumes.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Cavaco é um Cobarde

Hoje confirmou-se: Cavaco é um cobarde. Vejamos porquê...

Os actuais pressupostos são:
1. pagamento da dívida, integral ou sem um abate significativo
2. manutenção do custo da dívida sobre o Trabalho em vez de aplicar sobre o Capital: PPPs, BPN, swaps, Madeira, que digamos, representa mais de 20 mil milhões, ou seja, muito mais do que os 4,7 mil milhões que querem cortar nas funções do Estado
3. contracção da Europa e em geral, do mundo
4. manutenção dentro do euro

O PSD (e Cavaco) sabe que com os actuais pressupostos é impossível inverter a contracção económica.
Por isso, atiram para cima do orgulhoso CDS a responsabilidade de todos os dociês importantes da governação.
Assim, quando se confirmar que tudo correu mal, poderão dizer que foi o Portas que não foi capaz de cumprir com aquilo que exigiu no momento de actual crise.
Portas e o CDS sabem disso perfeitamente, mas tiverem que aceitar, sob pena de desaparecer, pois seria isso que aconteceria se houvessem eleições.
Do ponto de vista do Cavaco e do PSD, é a solução menos má.
Mas em vez de apoiar a solução proposta pela maioria, e partilhar a responsabilidade da contracção que vai continuar, atira a bola para os "partidos do arco da governação" e lava as mãos como Pilatos.
E aproveita para puxar o PS para a direita, que, oxalá me engane, acabará por chegar a um acordo com o PSD e o CDS.

Ora:
todos sabem que alguma forma de segundo resgate está a caminho, com esse ou outro nome,
todos sabem que um abatimento da dívida está a caminho, mas a dívida continuará impagável,
todos sabem que a contracção não vai parar,
todos sabem que o desemprego vai continuar altíssimo,
todos sabem que a dependencia do exterior continuará a aumentar e
todos sabem que com os actuais pressupostos é impossível inverter o ciclo.

Mas nem por isso, Cavaco tomou uma decisão clara de aprovação ao actual governo ou de eleições. Mesmo que isso nos atire ainda mais para o fundo.

E é nisso é que Cavaco mostra a sua face: um empedernido cobarde.