quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Este tempo

Como conjugar as várias notícias que foram ocorrendo durante o dia de ontem?

1. Na Antena1, a crónica "Este Tempo" deixa de existir (está aqui o link para a última intervenção da Raquel Freire, que de forma corrosiva faz a analogia entre o Portugal actual e o Macartismo dos EUA dos anos 40 e 50 do século passado). Tratava-se de uma leitura diferente da realidade, livre, independente, por vezes, incómoda ou anti-sistema. Resultará talvez da aplicação do primado da economia sobre a liberdade de expressão e dos direitos humanos. Afinal entende-se que um governante que foi suportado pela URSS e que recebeu a ajuda do exército cubano, será sempre mais importante do que povos mantidos na miséria ou outros a caminho dela. Mais se se tratam de possíveis compradores das nossas joias. O sinal já foi dado com a China. Parece ser que os nossos modelos de sociedade se estão a aproximar. Estando eu desempregado, não posso deixar de observar que o fecho da rubrica "Este Tempo" resultará na conversão de precários em desempregados.

2. Ficamos a saber que ao contrário do que nos era prometido, no fim do programa da troika continuaremos na mesma situação, mas para pior. Mas não nos deixam falir, porque continuarão a emprestar-nos. Claro que em troca do empréstimo conseguiremos continuar com a venda das empresas estatais, com a liberalização do sector da saúde e da educação, com a diminuição dos salários. Certamente o nosso diligente governo agradecerá a ajuda externa pela sua contribuição na alteração dramática da nossa sociedade. Como resultado, mais desempregados.

3. Graças à ajuda trapalhona e insensível do Presidente da República, um desempregado colocou na Internet a Petição Pedido de Demissão do Presidente da República que em cinco dias já foi subscrita por mais de 32000.

Parece ser que o fio condutor destas notícias foi o desemprego: novos desempregados involuntários, criação deliberada de mais desempregados e a reacção de um desempregado. É à capacidade de reacção que devemos apelar.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Petição Pedido de Demissão do Presidente da República

Nas suas recentes declarações enquanto Presidente da República Portuguesa o Sr. Aníbal Cavaco Silva afirma temer que as suas pensões num total acumulado 10.042€ (em 2011), sendo uma delas através do Banco de Portugal a qual não esteve sujeita aos cortes aplicados aos restantes cidadãos da Republica Portuguesa, não sejam suficientes para suportar as suas despesas, estas declarações estão a inundar de estupefacção e incredulidade uma população que viu o mesmo Presidente promulgar um Orçamento de Estado que elimina o 13.º e 14.º meses para os reformados com rendimento mensal de 600 euros".

Perante tão grande falta de senso e de respeito para com a População Portuguesa, entendem os abaixo-assinados cidadãos que Presidente da República Aníbal António Cavaco Silva, não reúne mais condições nem pode perante tais declarações continuar a representar a população Portuguesa.

Peso isto bem como o medíocre desempenho do Sr. Presidente da República face à sua diminuta intervenção nos assuntos fundamentais e fracturantes da Sociedade Portuguesa, os cidadãos abaixo assinados vêm por este modo transmitir que não se sentem representados, nem para tal reconhecem autoridade ao Sr. Aníbal António Cavaco Silva e pedem a sua imediata demissão do cargo de Presidente da República Portuguesa.

Os signatários
http://www.peticaopublica.com/PeticaoListaSignatarios.aspx?pi=P2012N19482


Durante o dia de hoje, há mais do que uma nova assinatura por minuto.

Wolff on - Occupying Our Future: Cooperative Solutions to Tough Times

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Qual é o problema?

Para competir tem que se ter produtos/serviços mais baratos ou então melhores produtos/serviços. Como melhores produtos/serviços está fora de questão pois isso implica investimento de largo prazo e com retorno incerto, o óbvio é baixar o preço. Como os gastos correntes não descem (quem manda nas empresas, mascara o crédito como investimento para continuar a pagar os gastos correntes) e o lucro é considerado fixo porque é aquilo que faz o capital continuar a empatar o dinheiro na empresa (senão, prefere investimentos especulativos, que mesmo que sejam mais arriscados, rendem mais), só lhes resta cortar no sítio de sempre: no trabalho. Numa situação em que o crédito se torna mais difícil, deixam de continuar a pagar os custos correntes o que os obriga a fazer mais gastando menos com o trabalho. Esta lógica é mais velha que o cagar... como ainda por cima as forças de esquerda, em vez de se unirem e apresentar uma alternativa concreta passam o tempo a discutir os problemas do passado e a colocar o seu grupo acima do bem do povo, a direita agradece e prossegue a sua cavalgada. Resta saber se cada um consegue cingir-se ao essencial. O tempo o dirá.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Incompetencias

Se comparativamente em Portugal há maior percentagem de desempregados com formação superior do que no resto da Europa, será que isso não será uma evidência de que a classe empresarial é incompetente porque não sabe usar a mão de obra existente e por essa razão a melhor forma de recuperar o país será em empresas que sejam geridas por quem trabalha?

sábado, 14 de janeiro de 2012

Estamos a disparar ao lado

A leitura do Memorando de Entendimento entre a Islândia e o FMI (ver aqui, assim como os documentos associados) causou-me estranheza. Trata-se simplesmente de um plano que descreve como se pretende devolver o dinheiro emprestado. Não há qualquer intervenção na segurança social, na saúde pública, no sistema de ensino, na obrigação de despedimentos em qualquer sector ou obrigação em venda de empresas do estado. Continuou a existir estado de bem-estar. Não se obriga nenhuma transformação radical da sociedade. No caso da Islândia, o FMI limitou-se a comportar-se como aquilo que é: um banco.

Parece ficar claro que o conteúdo do memorando depende daquilo que o governo em questão pretende fazer e mas não tem coragem para isso. Ou seja, quem da parte do governo português negociou o acordo pretendeu fazer uma transformação estrutural da sociedade portuguesa e culpar outros, que se limitam à sua condição de fornecedores. Por isso, a negociação foi secreta e depois de acordada deixa de ser questionada. E entende-se porque razão a troika se limita a exigir o contratualizado. Afinal, a sua missão é que o dinheiro seja devolvido.

Ficará a dúvida se a Troika tem o mesmo comportamento que o FMI, e nesse caso se não poderíamos ter feito o empréstimo só com o FMI.

Mas do que não fica qualquer dúvida é que estar a culpar a troika é exactamente aquilo que quem assinou o acordo e quem está agora no governo quer que nós façamos. E nós, obedientemente, fazemos-lhes a vontade.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

And the winner is...

No tempo em que o normal era estar empregado, entendeu-se que a classe operária seria a única que faria a revolução. Daqui se deduziria que como na actualidade a classe operária é mínima, estaríamos então destinados a ficar sem revolução.

Por outro lado, há um milhão de desempregados efectivos (desempregados, inactivos disponíveis e subemprego visível) sendo que grande parte desta massa humana é constituída por gente que pertence à geração com maior nível de educação de sempre deste nosso Portugal.

Caberá perguntar então se um décimo da população não constituirá massa crítica suficiente para impor as mudanças sociais que se entenderem necessárias.

Além disso, ontem alguém recordou que na Argentina a foram os piqueteros que começaram e levaram por diante os protestos que fizeram com que de la Rua fugisse do país de helicóptero.

Será que...

Bandeiras

A esquerda não está a fazer o seu papel. Limita-se a reagir, perdeu a iniciativa. Trata-se da aplicação no nosso país da Doutrina do Choque. E isto num momento em que é evidente que aquilo que é preconizado como solução simplesmente não funciona.

É incompreensível o estado ficar a assistir à destruição da economia e do tecido social. Pior: defende a necessidade de empobrecer. Mas o que é que se entende por empobrecer? Empobrecer não é ficar com menos dinheiro. É antes deixar de produzir e por essa razão ficar sem meios para troca por aquilo que outros fazem.

Repete-se o erro dos tempos coloniais em que se procurava o ouro para ser canalizado para o exterior e pagar aquilo que não se produzia e dessa forma desenvolver os outros países enquanto se subdesenvolvia o nosso.

A esquerda necessita de bandeiras.

Se a iniciativa privada não resolve o problema e se limita a viver de rendas sem que isso signifique investimento em actividades produtivas, deverá ser então o estado a assumir essa função.

Os campos estão improdutivos, a indústria deixou de existir, as pescas estão moribundas, não há actividade mineira.

1. Sendo o estado o capitalista inicial, poderá perfeitamente prescindir da sua parte do lucro para que o resultado do trabalho seja mais barato entregando a própria gestão a quem trabalha, formando assim empresas privadas de outro tipo, pois há uma certeza: a principal preocupação de quem trabalha é continuar a trabalhar e por isso não irá certamente descapitalizar a empresa, ao contrário do que costuma acontecer nas empresas capitalistas.

2. Porque razão não se torna o estado em empregador de último recurso? Porque não fazer uma agência do emprego? Porque será que se procurarmos no google empregador de último recurso não há nenhuma entrada portuguesa? Acontece que o conceito não é novo. E não foi usado numa república socialista ou numa república popular... apareceu nos EUA de Roosevelt, em plena recessão dos anos 30 (ver aqui e aqui).

Mas onde ir buscar o dinheiro para arrancar? Precisamente aos movimentos de capitais não produtivos, aos lucros existentes, à exportação de capitais, taxando a propriedade. Diga-se claramente: a única forma de fazer o dinheiro crescer é com o trabalho de alguém. Por isso um investimento não produtivo que obtém lucro, é porque este foi extraído ao trabalho produzido por outrem e por isso é imerecido e deve ser taxado fortemente. Por exemplo, nos EUA, a parte da sociedade que obtinha maior rendimento chegou a ser taxada a 92%... quem não acreditar, pode confirmar aqui.

Resumindo, não se trata de discutir se privado é melhor que público ou se o público é mais barato que o privado. Trata-se de fazer o que for necessário para que a economia não definhe e dessa forma a vida das pessoas siga por esse mesmo caminho.

Digamo-lo frontalmente: se os privados não investem em actividades produtivas, seja porque não querem, não podem ou não sabem, deverá ser o estado a arrancar.

Documento escrito ao sabor do Tejo.

Pedido de ajuda para fazer um paper


Ou vendo de outra forma, essa postura é de facto consistente com a necessidade apregoada de downsizing do país e por isso decide-se que os mais débeis morram. Seguindo essa lógica, até proponho (que penso formalizar, e por isso peço ajuda) que se mate de forma industrial para evitar desperdícios e se reaproveite a carne, ossos e pele, pois darão para alimentar animais e fertilizar as terras ou melhor, adubar as flores ornamentais dos palácios dos que podem pagar e usar a pele e ossos para delicadas obras de arte que só pessoas muito sensíveis terão a capacidade de entender na globalidade.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Era das Utopias

Novas Utopias - O Futuro Nos Espera



Novas Utopias - A Criação Do Mundo Futuro



Utopia Capitalista - Fazendo A América



Utopia Capitalista - O Lado B Da América



Utopia Socialista - Paraíso Socialista



Utopia Socialista - O Terceiro Mundo Em Cena

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Erros repetidos?

Há uns séculos atrás, quando as elites portuguesas e espanholas souberam que existia ouro em África e na América, desistiram do esforço de produção em em terras ibéricas porque entenderam que era mais barato comprar feito mesmo que isso implicasse a miséria do seu povo, o que fez com que os miseráveis se lançassem em aventuras por esse mundo fora e contribuíssem com o seu sangue e suor para que esse sistema se aprofundasse. Isso gerou subdesenvolvimento nas suas metrópoles e nas suas colónias e serviu de motor de desenvolvimento de outras potências europeias. Contrariamente às colónias ibéricas, por não haver ouro ou algo semelhante nas primeiras 13 colónias norte-americanas, foi-lhes permitido comercializar directamente com outras paragens e iniciar produções para o seu próprio mercado, pois não tinham forma de comprar o que necessitavam para subsistir. Estas pequenas diferenças marcam a diferença no desenvolvimento das Américas. Confundiu-se riqueza, que se entende como a capacidade de as pessoas fazerem coisas, com dinheiro, que é só a possibilidade de pagar a alguém para fazer o que se julga necessário, desde que esse alguém o saiba e queira fazer.
Na actualidade, as elites portuguesas (e não só) voltam a cometer o mesmo erro. E isso é dito sem qualquer vergonha: é necessário empobrecer. Voltam a confundir riqueza com dinheiro: diminui-se propositadamente a capacidade de produção, aumentando o volume de gente que fica na miséria. Há uns anos essas mesmas pessoas diziam que a maior riqueza de um povo era a sua gente. Agora empurram a verdadeira riqueza para e exterior e condenam à fome quem fica. Resta saber se os mesmos enganados de há uns séculos voltam a cair na mesma esparrela e dão razão a Marx: a história repete-se primeiro como tragédia e depois como farsa. Oxalá que não.

domingo, 1 de janeiro de 2012

spyfiles

Ano novo, vida que se quer nova

Tentar entender porque razão se foi permitindo que tudo aquilo que se construiu no pós-guerra fosse sendo lentamente destruído é talvez o mais importante para poder criar linhas de intervenção e principalmente delinear um ou dois desígnios que um movimento de desempregados possa enunciar e que se tornem mobilizadores e agregadores de desempregados, biscateiros, precários, trabalhadores a tempo completo e outros excluídos ou pilha galinhas.

(Aconselha-se o leitor a sentar-se de forma cómoda, pois serão deduzidas ideias que poderão ferir algumas susceptibilidades).

A Segunda Guerra foi tão traumática que o mundo ficou cristalizado devido ao temor a que isso se repetisse. O mundo ficou dividido em duas partes antagónicas.
Por um lado,
(1) a eficácia do Comunismo de Guerra tornou a antiga URSS dos anos 50 a potencia espacial mundial. Foi tão eficaz que Kennedy necessitou de apresentar como um desígnio nacional a superação da União Soviética e assim usou o estado para colocar um homem na Lua. Acontece que o Comunismo de Guerra foi cedendo e os soviéticos passaram a descansar e a gozar do esforço realizado sem no entanto se ter aumentado significativamente o esforço na produção de bens de consumo. De tal forma que nos fins da década de 80, Moscovo parecia uma cidade que tinha parado no tempo e que funcionava correctamente segundo padrões do pós-guerra mas que deixava algo a desejar para quem de fora a visse e principalmente para quem lá tinha que viver.
Por outro lado,
(2) os EUA com o seu New Deal estendido ao resto do mundo que tinha sido destruído, tornou-se até 1970 o estaleiro desse mundo, produzindo aquilo que o resto do mundo destruído em reconstrução necessitava na condição que os ganhos obtidos fossem retornados aos EUA. Era tal a necessidade que os Estados Unidos absorviam todos os excedentes mundiais existentes, fossem estes humanos ou de capital. Por isso, todos os ganhos de produtividade eram espelhados nos salários dos norte-americanos. Entretanto, a reconstrução fica concluída e os reconstruídos passaram a competir, a mulher entra no mercado de trabalho e há o advento da cibernética e o consequente aumento da produtividade (note-se que se entende produtividade como a quantidade de bens que uma pessoa produz num determinado período, e não a taxa de lucro que uma pessoa gera com o seu trabalho num determinado período). O sistema começou a deixar de funcionar.

E porquê? Observemos a relação entre as taxas de aumento da produtividade e as taxas de aumento da população. Nota-se que a taxa de produtividade é sempre superior à taxa de aumento da população. Este facto será positivo se houver alguma parte da população que não tenha as necessidades satisfeitas e simultaneamente não sobre nada à outra parte da população. Havendo uma distribuição equitativa, mantendo-se a taxa de aumento de produtividade superior à taxa de aumento da população, chegará o momento em que todos terão as suas necessidades satisfeitas. Acontece que a partir desse instante começará necessariamente a existir excedentes de produtos. Além dos problemas ambientais que isso implica fica evidente que isso cria tensões entre a população, pois o recurso escasso passou a ser a quantidade trabalho necessária para a satisfação das necessidades da população e não os produtos necessários para a população, ou o seu equivalente monetário. Daqui deriva uma primeira heresia: o problema de falta de trabalho não se resolve cada um trabalhando mais, mas pelo contrário, cada um trabalhando menos, para que desta forma o trabalho necessário chegue para todos. Ou seja, cada um deve trabalhar menos em termos médios, mas sem diminuição de salário individual o que obriga a uma diminuição do lucro de capital. Com o volume de dinheiro que foge legalmente da obrigação de contribuir para o bem-estar de todos, bastaria que se taxasse fortemente os movimentos de capitais. Poderia afirmar-se que sendo esta uma época excepcional (em rigor, só é excepcional porque uma minoria convenceu os restantes que era bom que eles não pagassem impostos), em que todos têm que fazer sacrifícios, quem mais deverá participar na resolução do problema será precisamente aquele a quem mais lhe sobra, já que lucro não reinvestido em actividades produtivas é excedente que não pôde ser gasto e portanto deve ser absorvido por impostos ou gasto na compra de bónus do tesouro. Esta é a segunda heresia.

Mas como criar postos de trabalho? Parece quase evidente: as terras estão sem cultivar, as fabricas deixaram de produzir. Os privados não assumem esse desafio, seja por não saber, seja por não poder ou seja por não querer. Deve ser então dada palavra ao Estado. E esta é terceira heresia. É incompreensível que um governante assista passivamente ao desarticular da sociedade. Já não está em questão se privado é melhor que público, ou se público é mais barato que privado. O que está em questão é a sobrevivência da sociedade. Só dogmas ideológicos é que impedem que não seja o Estado a fazer o que privados não querem, não podem ou não sabem fazer. A realidade é a que é. Se há gente parada em casa e necessidades essenciais não satisfeitas, é dever do Estado suprir essas necessidades. Desejável será que o Estado promova entidades geridas pelas próprias pessoas que executem essas funções, pois estas serão as principais interessadas em fazer o necessário para a manutenção do seu posto de trabalho, reduzindo assim ao máximo a parcela do lucro mas mantendo o seu salário, contrariando assim a pratica corrente. É a quarta heresia.

Dir-se-á que estas quatro heresias são desligadas da realidade actual. É verdade. Acontece que a realidade actual não apresenta nenhuma solução para os problemas actuais, e muito menos para quem está desempregado. Pior, porque o que nos é prometido é um degradar acelerado das condições correntes. É por isso que se requerem soluções diferentes. É que há pessoas que o único caminho é roubar, mendigar ou morrer. Talvez nem fosse grave se não houvessem crianças inocentes pelo meio. Isto evidentemente assume que é posta de parte a solução violenta ou insurrecional.

Documento escrito a tinta de álcool.